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1 de março de 2020

Brasil - São Paulo - 1 Pedal Seicho-No-Ie - 5km

1 Pedal Seicho-No-Ie


Pedal do Seicho-No-Ie foi divulgado por algumas redes sociais (facebook, twitter, sites...) e como todo primeiro evento percebe-se muita energia, boa vontade, proatividade... e sempre muitos itens a melhorar... muito mais como uma "pedalada entre estranhos" do que um "passeio ciclístico" propriamente dito. Para primeiro pedal, foi muito bom. Após acessar o site de eventos Sympla, fiz a inscrição gratuita, imprimi e levei 1kg de alimento não perecível...






... meses de janeiro e fevereiro inteiro foi de somente chuva, maior período de chuva dos últimos 70 anos!!! Nesse primeiro de março não é diferente: muita chuva no Grande ABC e SP Capital, muitos deslizamentos aqui no bairro que moro inclusive. Mesmo com todo esses fatos, e trabalhando fim de semana entregando brinquedos, ainda sim "criamos tempo para o que nos dá prazer".

Fiquei em dúvida entre ficar dormindo em casa, ir pedalando 27km de casa em Santo André-SP até São Paulo/SP, ou integrar modais pedal + trem + metrô... fiquei com a última opção pois é muita chuva e vento cortante... muito arriscado ficar doente com esse tempo instável. Estou ficando velho, apesar de ter concluído o Desafio600km em janeiro, sinto claramente mudanças no meu corpo, saúde e aproveitamento ao pedalar.

Mas antes de apenas foto de registro do pedal desse domingo, escrever um pouco sobre Seicho-No-Ie, mais de 300 passeios ciclístico que percorri até hoje, acredito o mais importante nesses eventos é conhecer pessoas, aprender coisas novas e melhorar como indivíduo.

Seicho-no-Ie 

Tradução Lar do Progredir Infinito em português é uma nova religião de origem japonesa fundada em 1930 e que se faz presente em todo o mundo. A instituição religiosa se caracteriza pelo não-sectarismo, pelo estímulo ao autoaperfeiçoamento espiritual, pela reverência aos antepassados e, atualmente, pela defesa das relações harmônicas entre a humanidade e a natureza. A partir de dados apresentados em 31 de dezembro de 2014, a instituição religiosa alega que possui cerca de 1.511.859 membros em todo o mundo, sendo cerca de 521.100 aqueles que vivem no Japão.

História do Seicho-No-Ie

Nova religião japonesa foi fundada em 1 de março de 1930 (5º ano da Era Showa) por Masaharu Taniguchi (谷口 雅 春)(Kobe, 22 de Novembro de 1893 - Nagasaki, 17 de Junho de 1985), um proeminente escritor japonês simpático ao Novo Pensamento Americano. Desde o ano de 1929, Taniguchi alegou receber revelações feitas pela deidade xintoísta Suminoe-no-Ôkami, também conhecido por Shiotsuchi-no-Kami, Sumiyoshi, Seicho-no-Ie Ôkami ou simplesmente Deus. A religião se apresentava como a essência de todas as religiões e prometia a cura dos males psicológicos e físicos através do pensamento otimista e da crença no Jissô (Imagem Verdadeira, em português), a verdadeira realidade do Universo e dos sujeitos. Seu principal veículo de divulgação era um periódico com o mesmo nome da instituição.
Antes de fundar a nova religião, Masaharu Taniguchi foi membro e escritor da Omotô (Grande Fonte ou Grande Origem em português), uma nova religião japonesa surgida no século XIX e, por um breve período de tempo, da Ittoen, conforme argumenta Birgit Staemler. Diferente de outros fundadores de novos movimentos religiosos no Japão, Taniguchi tinha formação intelectual privilegiada e contato com a cultura ocidental, chegando, inclusive, a iniciar um curso superior na Universidade de Waseda. O curso não foi concluído pela falta de suporte familiar de sua tia adotiva.
Taniguchi também se interessava pela psicologia e por outras formas de conhecimento heterodoxos e pseudo-científicos que discutiam o lugar da mente na vida dos indivíduos, como é possível verificar em inúmeras publicações que se dedicam ao lugar da mente na vida e no destino dos sujeitos. Além disso, Taniguchi foi profundamente influenciado pelo Novo Pensamento Americano a partir da obra Law of Mind in Action, de Fenwick Holmes. Segundo Jonh S. Haller Jr, a Seicho-no-Ie é provavelmente a maior denominação vinculada no Novo Pensamento Americano em todo o mundo.
Em 1932, o fundador deu início a sua principal obra doutrinária, a coleção de 40 volumes intitulada Seimei no Jissō (生命の實相, A verdade da Vida, em português). No ano de 1941, a instituição foi reconhecida como uma religião pelo governo Imperial. É importante lembrar que naquele contexto inexistia liberdade religiosa no Japão em virtude da natureza teocrática do Xintoísmo de Estado que regulava o campo religioso .
Segundo H.N. McFarland , Takashi Meayama e Leila Bastos Albuquerque, a Seicho-no-Ie estava alinhada à ideologia nacionalista conhecida por Kokutai(Comunidade nacional, em tradução livre), que vigorou no Japão até a derrota em 1945, o que garantiu à instituição um destino melhor do que aquele enfrentado por outros grupos que contrariaram o poder. O fundador esposou a ideia da origem divina do Japão e do Crisântemo, o que naquela época legitimava o imperialismo nipônico. Segundo pronunciamento da Seicho-no-Ie, depois da derrota em 1945 Taniguchi experimentou novas revelações divinas que apontaram seus equívocos na interpretação do Kojiki (Crônica das Coisas Antigas, em português), obra mitológica japonesa que orientava o Xintoísmo de Estado.
Taniguchi enfrentou alguns problemas para reestruturar seu grupo religioso no país sob a nova constituição, o que certamente aconteceu em virtude de seu engajamento ideológico durante a guerra no Pacífico, responsável por macular a imagem do movimento religioso. A regularidade das atividades religiosas foi retomada em 1949. A despeito do fim do Xintoísmo de Estado, Taniguchi cultivou traços da ideologia nacionalista, o que estimulou o ingresso de seus seguidores na esfera política através do Yuseihogoho kaihai kisei domei (Liga para a abolição da lei de proteção à eugenia), criado em 1967. Em 1969, esse grupo passou a se chamar Seicho-no-ie seiji-rengo-kokkai-gi'in-renmei (A união política da Seicho-no-Ie e membros da Dieta), cuja sigla era Seiseiren. Além de combater o aborto, defendiam o ideal da família tradicional japonesa a partir do arquétipo imperial. Masaharu Taniguchi criticava a nova constituição japonesa (1947) e por isso evocava a necessidade do reavivamento do culto ao Imperador e a importância dos valores patrióticos. Algumas dessas ideias foram publicadas em língua portuguesa nos primeiros números do periódico Acendedor, publicado pela filial brasileira da Seicho-no-Ie durante a segunda metade da década de 1960, contexto da ditadura civil-militar. A participação política da instituição religiosa cessou em 1983. Contudo, os conteúdos nacionalistas antigos ofertam em nossos dias parte do suporte ideológico do grupo conhecido Nippon Kaigi (Conferência do Japão),cujo anelo é a restauração das tradições japonesas anteriores à derrota de 1945. Na atualidade, a Seicho-no-Ie preserva mais elementos patrióticos que outras novas religiões japonesas, entre eles o hino nacional.
O movimento passou a existir oficialmente fora do Japão no início da década de 1960. Entretanto, focos religiosos já existiam nas décadas anteriores por vontade dos imigrantes japoneses que buscam na nova religião um meio de exercer sua identidade étnica nos países receptores. A visita de Masaharu Taniguchi ao Canadá, EUA e, em especial ao Brasil, país onde Taniguchi passou três meses em 1963, foi o marco da internacionalização da religião. Hoje, a maior parte dos adeptos do novo movimento religioso japonês vivem no Brasil e por volta de 95% deles, pelo menos no Brasil, não têm descendência nipônica.
Os líderes que sucederam Masaharu Taniguchi, Seicho e Masanobu Taniguchi, respectivamente genro e neto do fundador, ampliaram o esforço de acomodação da religião às demandas planetárias contemporâneas. Assim como o fundador, seus sucessores realizaram viagens pelo mundo e principalmente para o Brasil. Atualmente, o Supremo Presidente Masanobu Taniguchi compatibiliza os conteúdos ético-religiosos da Seicho-no-Ie ao combate do fundamentalismo, à promoção dos direitos humanos e, principalmente, à defesa do meio ambiente. A "virada ecológica" garantiu à instituição o selo ISO 14001 geralmente atribuído a empresas que promovem a sustentabilidade assim como inspirou a publicação em 2012 do livreto Daishizen Sanka, publicado no Brasil em 2014 com o título Canto em Louvor à Natureza. Ainda em 2014, a obra foi publicada em língua inglesa com o título Song in Praise of Nature.

Organização Seicho-No-Ie

A sede mundial da Seicho-no-Ie se localiza hoje no Escritório na Floresta, localizado na cidade de Hokuto, Província de Yamanashi, cidade de cerca de 45 mil habitantes localizada a cerca de 125 km de Tóquio, onde se encontra a antiga sede fundada por Masaharu Taniguchi.
A instituição possui uma administração centralizada pela sede japonesa, a despeito da disposição de suas lideranças em estabelecer meios de atuação religiosa em diálogo com as culturas nacionais que receberam a nova religião. A centralização pode ser sentida principalmente no esforço institucional de controle sobre as publicações religiosas e no estabelecimento da forma correta de conduzir as práticas diárias.
Aqueles que se vinculam mais profundamente à Seicho-no-Ie se tornam contribuintes da "Missão Sagrada" de divulgação iniciada por Masaharu Taniguchi. Através de contribuições financeiras e também da doação de trabalho, os sujeitos ampliam seu envolvimento como grupo e deixam de ser apenas simpatizantes para se tornarem membros efetivos. Os mais engajadas e imbuídos da vontade de aprender e divulgar, se tornam Preletores.
A instituição está presente em vários países do mundo, como EUA, Canadá, Brasil, Peru, Austrália, Angola, Espanha, etc. No Brasil, existem sedes em praticamente todos os estados e sua sede central se localiza no bairro do Jabaquara, na Cidade de São Paulo (SP). A Seicho-no-Ie é constituída por Associações voltadas a públicos específicos. O conjunto delas dá origem a núcleos onde são realizadas reuniões religiosas, cerimônias e palestras. Por ser um movimento criado por um leigo, isto é, um sujeito que não era sacerdote de uma religião estabelecida, a Seicho-no-Ie não possui um corpo sacerdotal. Seus principais agentes de doutrinação são os Preletores que, grosso modo, são selecionados entre aqueles que se dedicam ao aprofundamento doutrinário através de cursos de formação. O grau de formação dos preletores varia de acordo com o esforço individual ao longo de módulos de estudo e de avaliações. Há, portanto, Preletor Aspirante, Preletor Júnior, Preletor Sênior e Preletor Master. É possível alcançar um novo status quando o sujeito se dedica à condição de preletor internacional. Outros agentes religiosos do grupo são os divulgadores que, no geral, são pessoas com alguma experiência na doutrina e que assumem o compromisso de aquisição mensal de revistas com o fito de distribui-las.

Princípios Ético-Religiosos

  • Agradecer a todas as coisas do Universo;
  • Reverenciar os pais e a memória dos antepassados;
  • Conservar sempre o sentimento natural;
  • Manifestar o amor em todos os atos;
  • Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos;
  • Ver sempre a parte positiva ou a Imagem Verdadeira das pessoas, coisas e fatos, e nunca as suas partes negativas;
  • Anular quase totalmente o ego em favor da harmonia;
  • Fazer da vida humana uma vida divina e avançar crendo sempre na vitória infalível nas relações familiares, na saúde, no trabalho e na vida empresarial;
  • Iluminar a mente, praticando a Meditação Shinsokan diariamente;
  • Promover os princípios da harmonia entre o homem e a natureza.





Outro fato importante foi poder conhecer pela primeira vez o primeiro parque linear da cidade de São Paulo antes do evento pedalando para chegar ao Pedal Seicho-No-Ie. Muito surpreso com a Ciclovia  Parque Linear do Córrego Tiquatira.

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